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Foto do escritorIbrahim M. Alves

Aleluia! Aleluias.




Não há outro nome melhor que eu consiga imaginar para estes incríveis bichinhos. Embora sejam conhecidos também por siri-siri, sarará ou simplesmente bichinho de luz, estes incógnitos errantes alados são o prenúncio da estação chuvosa em maior parte de nosso país.

    Tomando como exemplo nosso Estado, Goiás, que é caracterizado por longos períodos de estiagem e altas temperaturas, ao anunciar a chegada da tão esperada estação chuvosa, no início da primavera, estes pequenos animais trazem também a perspectiva de um período de fartura e prosperidade, principalmente para a zona rural de nosso Estado. Então sim, “ALELUIA”! Mas a importância das Aleluias vão para além de meros mensageiros da nova estação. São animais extremamente necessários para a reciclagem da matéria orgânica e continuidade do ciclo da vida na terra. Seria catastrófico imaginarmos o nosso Cerrado sem a presença destas maravilhosas criaturas.

Mas o que são as aleluias?

Nada mais são do que cupins no estágio reprodutivo da vida.  O voo é alçado logo no início das primeiras chuvas, em um balé caótico, ponto em que milhares de Aleluias  se aventuram fora dos ninhos, cada qual com o seu destino inserto, onde o sucesso do voo nupcial contradiz todas as estatísticas.  Mas ao acontecer, garante a formação de uma nova colônia e a continuidade da vida. Os cupins são os responsáveis pela reciclagem do material orgânico como madeira e folhas. Sem eles, este material demoraria vários anos para se decompor, retardando assim a devolução dos nutrientes ao solo.

Quando as aleluias se tornam um incomodo?

A resposta é simples! Quando começamos alterar os ecossistemas. Estes animais utilizam a luz das estrelas e da lua como orientação em seu voo noturno. O excesso de luz artificial confundem as Aleluias que são atraídas por essas fontes luminosas, causando assim a desorientação e a morte dos bichinhos e para agravar ainda mais a situação, predadores naturais como alguns pássaros, sapos e pererecas desapareceram das cidades. Sem controle populacional e desorientadas acabam por se tornarem injustamente fonte de aborrecimentos e reclamações.

    Mas para quem já teve a oportunidade de apreciar a mágica acontecer “in loco” fica a memória de algo extraordinário. Um espetáculo da natureza. É de arrepiar. Milhares de Aleluias preenchendo o céu de vida, fazendo a alegria de passarinhos e sapos diante de tanta fartura. Vivenciar a dinâmica da vida é de fato uma benção. E quando damos a oportunidade de mostrar a nossos filhos a odisseia desses bichinhos, apresentamos para as crianças uma nova forma de valorizar a vida e os momentos singulares que ela nos proporciona.

     Dito isso, fica a dica, entre os meses de outubro e novembro na Estância São Bento chácara para temporada este fenômeno é observado de forma espontânea e abundante.

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